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segunda-feira, 7 de maio de 2012

Partida de um amigo (Homenagem ao nosso amigo Juan Barros Barboza)

Quando alguém parte, fica muita coisa. Esperava, ingenuinamente, que nada ficasse, porém, às vezes, fica muito mais do que poderia pensar. É como que digitais invisíveis, mas sensíveis a olhos atentos. Olhos que deverão se acostumar com o que foi, olhos que deverão se acostumar com o que ficou e ficou tanto, embora tanto e nada se abracem de uma forma que se apresentam aparentemente inseparáveis. Fica a falta mais presente e evidente, ficam lugares que não mais serão ocupados como eram, ficam vozes perdidas em corredores escuros, fica a lembrança do sorriso, ficam quartos desocupados e histórias separadas, fica tudo, fica nada, fica tudo e nada e mais alguma coisa, fica a dor do adeus, a lágrima depois da despedida, a temerária constatação de que nada será como antes, ficam objetos encantados pela essência ausente de alguém que habitou aquela casa com você e fica, em suma, um gostinho de morte nas papilas gustativas e no coração

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